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domingo, 6 de maio de 2012

[…] Nunca estive tão infeliz em toda a minha vida. Não que eu tenha vivido muito, admito. Mas uma dor de tamanha intensidade só alojou-se em meu coração há alguns anos atrás. Entretanto, já não sei se foi tão ruim. Meus pais acham é drama, drama adolescente. Quem me dera.

Começou com uma estúpida idéia. Eu estava chateada. Cansada de tanta pressão, de tudo estar desmoronando. Achava que mudar seria o melhor. Eu me sentia um tanto perdida em mim mesma. […] Apresentei aquela idéia à minha mãe e no mesmo dia, tudo já começou a dar errado. Você que está lendo isso, sabe o que é se arrepender? Sabe? Então esqueça, é muito mais que isso. Você nem faz idéia. Eu daria tudo o que me pertence para voltar no tempo e calar-me naquele infeliz instante.
11 de Abril.
Hoje, fui avisada que tudo realmente mudaria. Tudo estava perdido. Eu estava mais perdida ainda. Lágrimas; escorrendo pelos rostos que eu tanto amava - perdão, ainda amo. Mas de nada adiantaria. […] Chegando em casa, lá pelas 16h, eu estava sozinha. Minha mãe só chegaria com a minha irmã em uma hora. Sentei-me no chão frio do corredor, e pus-me a chorar. Soluçava como um bebê, as lágrimas escorriam violentamente, atropeladas por outras que já vinham. Chorei a tarde inteira, embora fosse em vão: a dor não passara. Não havia o que eu pudesse fazer.
— 19 de Abril.
Hoje faz uma semana que tudo mudou. Faz uma semana que nada mais faz sentido. Faz uma semana que dói. Constantemente. É pior, muito pior do que eu jamais poderia imaginar. Os dias passam rápido, sem qualquer proveito. Sem rumo ou objetivo. Só passam. Só sigo. […] Me sinto completamente morta por dentro.
Há uma semana, eu choro todos os dias. Em silêncio, jogada no chão, abertamente ou só por dentro. Eu choro. Você não entende. Não sabe como é. Eu estou perdida. Vazia. Destruída. Arrependida. Devastada. É tudo… morto. Não, você não está nem perto de entender, então cale-se. […] Não conheço o lugar onde estou, as pessoas que me cercam. […] Você sabe o que é saudade? Não, você não tem a mais remota idéia. Sinto falta de cada ação, piada, crueldade, risada, idiotice, bagunça e planos tortos para o futuro. As pessoas que deixei para trás são como uma família para mim. Em cada situação, pego-me imaginando o que eles fariam ou diriam se estivessem ali. Você sabe o que é dorEntão deixe de hipocrisia, pois você não aguentaria implorando o que eu aguento agradecendo. Você não entende como é não estar lá, com eles. […] É como ser lentamente dilacerada. Não sabe como é estar com pessoas que não significam nada, enquanto as que você ama estão juntas, vivendo o melhor ano de todos. Não, você não sabe o que é dor. Não sabe o que é estar no nada. Vazio. Escuro. Você não sabe como é quando a dor é tão intensa que o mundo parece paralisar-se por alguns instantes para apreciar a forma como ela te devora por dentro. Você sabe? Não, eu sei que não. Ás vezes dói tanto que eu não consigo nem respirar. Não dá pra explicar. É angústia. Medo. Raiva. Lágrimas. Lamento. Dor. Solidão. Saudade. Arrependimento. Desespero. Mais dor. Revolta. Pensamentos destruidores. Devastação. Mais dor e lágrimas. Hipóteses. Desperdício de tempo. E dor.
Todos dizem que, com o tempo, eu vou acostumar-me. Mas eu não quero. Não quero render-me. Não quero aceitar que tudo acabou. Não.
Eu entro na sala com aqueles desconhecidos, e para mim, tudo é vazio. As pessoas, as conversas, as risadas, as histórias, as idiotices. Para mim, a sala está vazia. Completa e cruelmente vazia.

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